sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Inferências e Pistas de Contextualização - Alley Candido Junior

Partindo do pressuposto de que uma elocução pode ser compreendida distintamente por diferentes culturas/comunidades de prática/indivíduos, as interpretações de tais elocuções se realizam com base na compreensão do que está acontecendo no momento da interação. A compreensão é, na verdade, um conjunto de informações (regras conversacionais, conhecimento prévio e expectativas do que é/será dito, convenções sociais) que são internalizadas e permitem aos interagentes inferir as intenções subjacentes ao discurso. Nesse sentido, as inferências são processos mentais que evocam uma bagagem cultural e social importantes na interpretação de situações contextuais, cujos sentidos continuamente se atualizam durante interação (Gumperz, 2003). É por meio do processo inferencial que somos capazes de captar as pistas de contextualização, que são pistas de natureza sociolinguística que utilizamos para sinalizar nossos propósitos comunicativos ou para inferir os propósitos conversacionais do interlocutor (Gumperz, 2003). Elas podem ser divididas em pistas lingüísticas, paralinguísticas, prosódicas, e as pistas não verbais: cinésica e proxêmica.

Formalidade x Informalidade - Lauana M. Brandão

Formalidade x Informalidade (Brandão, Rech, Tannen)
A formalidade e a informalidade são praticadas discursivamente e diferentemente em sociedades e culturas diversas. O estilo de fala informal e o estilo de fala formal são planejados na relação intrapessoal (background) e interpessoal (conforme a idade, a posição social) e negociados na interação.
O planejamento reflete a escolha de um indivíduo, que expressa seus conhecimentos lingüísticos, sua posição identitária e transita em um continuum de estilos. Esse continuum permite a escolha de variedades estilísticas e pode ser tão diversificado quanto a configuração de conhecimentos lingüísticos do interactante. O que ele diz possui medida, passo, amplitude, intonação e relevância em relação à interação segundo Tannen (2005).
No estilo informal, há tendência à simetria na interação. A distribuição dos turnos de fala e dos papéis comunicativos favorecem essa simetria. No estilo formal, a interação pode ser expressa com menor espontaneidade, além de ocorrer a manutenção do turno de fala e do tópico. O interactante pode expressar sua identidade posicional (geralmente convencionada pela posição social em ambiente de trabalho) por meio de escolhas lexicais, sintáticas próprias do estilo discursivo convencionado institucionalmente.
A escolha do interactante é permeada pelo set (configurações) de conhecimentos lingüísticos construídos ao longo de sua vivência com seu grupo de origem (família, amigos) e com outros grupos (de trabalho, de estudo). Interação que permite a construção desses conhecimentos e ensina explícita e tacitamente os usos convencionados de cada sociedade e cultura.
Essa interação permite diferentes escolhas de estilo de fala que pode se traduzir como:

Variedades disponíveis aos interagentes de uma determinada comunidade, entre as quais eles podem operar escolha apropriada a dada situação, definida por um conjunto de fatores sociais e culturais inerentes a tal comunidade. (Brandão, 1997)

O estilo de fala é, portanto, uma prática discursiva operada com objetivos e negociada com a audiência.
Lauana

Involvement Linguistic Practice

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quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Definição de Pragmática - Sabrina Lima de Souza Cerqueira

Oi Pessoal!!!
Como vocês sabem, meu trabalho foi sobre pragmática. A professora me pediu para colocar um resumo do que é pragmática, então vou postar aqui um pequeníssimo resumo sobre o tema.
O texto que lemos para a aula sobre pragmática (J. Thomas) diz que pragmática é significado em uso e significado em contexto. Segundo a autora os estudos pragmáticos são aqueles que verificam o processo dinâmico de negociação de significado “travado” entre falante e ouvinte.
Já Morris (1938) define Pragmática como o estudo da relação dos signos e seus intérpretes. O escopo: lidar com todos os fenômenos psicológicos, biológicos e sociológicos que ocorrem no funcionamento dos signos. Os conceitos pragmáticos se constroem na intercessão de princípios teóricos de outros ramos do conhecimento como a Lingüística, Psicologia, Antropologia, Filosofia, Sociologia e Retórica.
Kerbrat-Orecchioni (2005) diz que a pragmática pode ser definida como o estudo da linguagem em ação; definição muito geral, que abre caminho a tipos de investigação muito diferentes (por causa das várias possibilidades de interpretação para o termo linguagem).
Por fim, Levinson (2007), que escreve 36 páginas tentando definir o que é pragmática, dá várias definições para o termo pragmática como: (i) o estudo das relações entre língua e contexto que são gramaticalizadas ou codificadas na estrutura de uma língua (p.11)- está definição relaciona com a estrutura lingüística; (ii)pragmática é o estudo da capacidade dos usuários da língua de emparelhar sentenças com os contextos em que elas seriam adequadas(p.29) - esta definição torna central uma noção de adequação ou felicidade); (iii)é o estudo da dêixis (pelo menos em parte), da implicatura, da pressuposição, dos atos de fala e dos aspectos da estrutura discursiva (p. 32) - essa definição só fornece uma lista dos fenômenos que uma teoria pragmática deve dar conta (iv) pragmática como “significado menos semântica” ou como a contribuição do contexto para a compreensão lingüística (p.37) – essa definição é a que ele diz ser a mais promissora.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Repensando o Contexto - Izabella

Repensando o Contexto

Repensar o contexto é percebê-lo em um campo de ação no qual os participantes da interação estão situados em contextos diversos capazes de mudanças rápidas e dinâmicas e no qual a organização social se desenvolve como um processo interativamente sustentável. (Goodwin e Duranti, 1992).
A comunicação verbal nunca pode ser entendida ou explicada fora de uma situação real. A linguagem adquire vida e evolui historicamente em uma comunicação verbal concreta e não em um sistema linguístico abstrato, formal e isolado da cultura e da organização social. (Volosinov,1973)

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Análise da Conversação - Princípios e Métodos (Kerbrat-Orecchioni)

Por claramente apresentar uma vocação comunicativa, a linguagem verbal não deve ser analisada só em seus aspectos lingüísticos. Sendo assim, procedimentos fáticos e reguladores, de dimensões paraverbal e não-verbal, contribuem para o "sucesso" de uma conversação, que são um tipo particular das interações verbais e são regidas por regras. Além disso, mecanismos de tomada de turno e questões de polidez estão envolvidas nas conversações, sendo que são, muitas vezes, tacitamente negociados e podem sofrer grandes variações de acordo com a cultura ou comunidade linguística. O objetivo da análise da conversação seria desvendar essas regras e considerar todas essas questões, tendo como objeto de estudo discursos atualizados em situações reais de comunicação. Além de romper com a gramática tradicional em vários pontos (ter a fala como objeto de estudo, descrever regras conversacionais em vez de postular regras lingüísticas, etc.), Kerbrat também se distancia da linguística moderna por não ter como objeto de estudo frases abstratas, soltas e descontextualizadas. Para Kerbrat, cumpre falarmos em competência comunicativa, conceito que sobrepuja o de competência linguística de Chomsky.
Olá, quem ainda não postou o resumo do seminário apresentado, precisa fazê-lo para que eu possa atribuir a nota da avaliação. A avaliação só estará completa com a postagem do resumo da comunicação feita em sala. Cibele.

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Metamensagens e comunicação não-verbal (Tannen, Knapp e Hall, Dionisio, A.P. e Hoffnagel, J.).

Numa interação, as informações transmitidas por meio de significados de palavras é a mensagem, sendo a metamensagem tudo aquilo que rodeia as palavras: estilo conversacional, atitudes de um para com o outro, a ocasião, os recursos paralinguísticos e os supra-segmentais. E é à metamensagem que respondemos mais incisivamente. Em uma conversa, os componentes verbais provavelmente carregam menos de 35% do significado social da situação; mais de 65% é transmitido por canais não-verbais.
“... os canais não-verbais carregam mais informação e são mais críveis do que os verbais, e os sinais visuais, em geral, têm mais peso do que os vocais”. (Burgoon, 1980 apud Knapp e Hall, 1999).
O comportamento não-verbal pode repetir, contradizer, substituir, complementar, acentuar ou regular o comportamento verbal, daí serem esses comportamentos tratados como uma unidade dentro do processo total de comunicação.
Postado por Keyla Gonçalves

ANÁLISE DA CONVERSAÇÃO

A análise da conversação, ou fala em interação social, termo mais aceito atualmente, segundo Marcushi (2008) iniciou-se na década de 60 na linha da Etnometodologia e da Antropologia Cognitiva. Harvey Sacks, seu precursor, estudou a organização do processo interacional, buscando compreender a organização situacional da ação e os procedimentos. Um dos seus postulados foi que a conversação não era uma atividade caótica quanto aparentava e que as pessoas se organizam socialmente através da fala. Heritage e Atkinson (1984) apud Paul Seedhouse (2004) explicitam que o objetivo central de pesquisas em Análise da Conversa é a descrição e a explicação das competências que os falantes comuns usam e de que se valem para participar de interações inteligíveis e socialmente organizadas, ou seja, descrever os procedimentos por meio dos quais os participantes produzem seus próprios comportamentos e entendimentos e por meio dos quais lidam com o comportamento dos outros. A principal forma de obter esses dados naturalísticos ocorre por meio de gravações das conversas dos participantes em áudio e/ou em vídeo. A transcrição dos dados obedece a uma série de convenções que sinalizam os diferentes aspectos que permearam uma determinada conversa (ou trecho de conversa) naquela hora e naquele local.

Luzuneth Rodrigues Martins

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Frames (Enquadres) e Esquemas de Conhecimento

Na abordagem de Bateson (1972), Goffman (1974) e Tannen & Wallat (1998) apud Pereira (2009) enquadre é definido como um conjunto de instruções internalizadas pelos falantes sobre como deverão compreender a mensagem. Quando nos perguntamos: “Qual é o significado do que está acontecendo aqui?”, estamos tentando nos enquadrar numa interação. Bateson (1972) também assinala que qualquer elocução pode ter um significado contrário ao que está explícito no discurso, caso o falante esteja num enquadre de ironia, brincadeira, provocação, entre outros. O que determina a construção de um dado enquadre são os esquemas de conhecimento, os quais representam as expectativas dos interactantes molduradas por um conhecimento anterior (backgrounds), sendo construídos a partir de uma informação pressuposta, que nem sempre é compartilhada por todos. As pessoas identificam os enquadres por meio de metamensagens e pistas linguísticas e paralinguísticas ao relacioná-las com os conhecimentos de mundo que já possuem.

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Programação do Seminário: II Semana da Linguagem

II SEMANA DA LINGUAGEM: Práticas Sociais no Âmbito da Linguagem

19 a 23 de outubro de 2009 Local: FINATEC



PROGRAMAÇÃO DO LIP: 19/10/2009

08h00 –08h40
Credenciamento

08h40
Abertura do evento
Aud. FINATEC

09h00 – 10h00
Palestra de abertura: Os desafios linguísticos e culturais em um mundo que encolhe − Prof. Kannavillil Rajagopalan (Unicamp) (15min. para perguntas)

10h15 – 10h30

intervalo para café
FINATEC

10h30 – 11h00
Lançamento de livros: Discurso em questão: representação, gênero, identidade e discriminação − Denize Elena Garcia, Christina Leal, Marta Pacheco; Linguística Aplicada: múltiplos olhares − Kleber Aparecido e Maria Luísa Ortiz.
Aud.

FINATEC
11h00-12h00

Painel de trabalhos

Coordenação dos professores:

Ana Adelina

Juliana Freitas

Viviane Rezende

Kleber Aparecido

FINATEC

12h00-14h00
Intervalo para almoço

14h00-15h00
Palestra da Professora Silviane Barbatto ( UnB/IP) sobre sociocognitivismo. (15 min. para perguntas)
Aud. FINATEC

15h15-15h30
Intervalo para café


15h30-16h30

A partir das 16h30


Mesa Redonda: Contribuições da Análise de Discurso Crítica para o Ensino da Língua Portuguesa

Profa. Maria Cristina Leal

Profa. Edna Cristina

Profa. Josênia Antunes
Aud.

FINATEC

Comunicações de trabalhos de alunos

Coordenação das professoras:

Enilde Faulstisch

Edna Cristina

Flávia de Castro Alves

À noite

19h00 com 20 min.para cada expositor e 20 min. para perguntas.
Mesa Redonda − Pelas trilhas do interacionismo: para uma abordagem em contexto de L1 e de L2

Profa. Cibele Brandão

Profa. Ana Adelina

Prof. Kléber Aparecido

Profa. Maria Luiza Corôa
Anf. 3

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

http://www.veramenezes.com/moderador.pdf
Artigo sobre intertextualidade e footing na construção do conhecimento em foruns online

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