sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Formalidade x Informalidade - Lauana M. Brandão

Formalidade x Informalidade (Brandão, Rech, Tannen)
A formalidade e a informalidade são praticadas discursivamente e diferentemente em sociedades e culturas diversas. O estilo de fala informal e o estilo de fala formal são planejados na relação intrapessoal (background) e interpessoal (conforme a idade, a posição social) e negociados na interação.
O planejamento reflete a escolha de um indivíduo, que expressa seus conhecimentos lingüísticos, sua posição identitária e transita em um continuum de estilos. Esse continuum permite a escolha de variedades estilísticas e pode ser tão diversificado quanto a configuração de conhecimentos lingüísticos do interactante. O que ele diz possui medida, passo, amplitude, intonação e relevância em relação à interação segundo Tannen (2005).
No estilo informal, há tendência à simetria na interação. A distribuição dos turnos de fala e dos papéis comunicativos favorecem essa simetria. No estilo formal, a interação pode ser expressa com menor espontaneidade, além de ocorrer a manutenção do turno de fala e do tópico. O interactante pode expressar sua identidade posicional (geralmente convencionada pela posição social em ambiente de trabalho) por meio de escolhas lexicais, sintáticas próprias do estilo discursivo convencionado institucionalmente.
A escolha do interactante é permeada pelo set (configurações) de conhecimentos lingüísticos construídos ao longo de sua vivência com seu grupo de origem (família, amigos) e com outros grupos (de trabalho, de estudo). Interação que permite a construção desses conhecimentos e ensina explícita e tacitamente os usos convencionados de cada sociedade e cultura.
Essa interação permite diferentes escolhas de estilo de fala que pode se traduzir como:

Variedades disponíveis aos interagentes de uma determinada comunidade, entre as quais eles podem operar escolha apropriada a dada situação, definida por um conjunto de fatores sociais e culturais inerentes a tal comunidade. (Brandão, 1997)

O estilo de fala é, portanto, uma prática discursiva operada com objetivos e negociada com a audiência.
Lauana

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